Uma resolução da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), publicada nesta quarta-feira (10), estabelece que os medicamentos derivados de plantas medicinais terão que ser vendidos contendo informações sobre sua utilidade e como devem ser administrados.
Assim como qualquer outro medicamento, as plantas medicinais devem ser usadas corretamente para alcançar efeitos benéficos. A resolução visa padronizar as regras para os produtos que muitas vezes são vendidos em mercados populares, sem a orientação de um profissional.
A resolução traz uma tabela com informações sobre a parte da planta que deve ser utilizada, a forma de utilização (se ela deve ser colocada em infusão ou macerada, por exemplo), se o produto deve ser ingerido ou não, indicações, contraindicações, efeitos adversos e interações com outros medicamentos, além de outros alertas.
Inaladas, ingeridas, usadas em gargarejos ou em banhos de assento, as drogas vegetais têm formas específicas de uso e a ação terapêutica é totalmente influenciada pela forma de preparo. Algumas possuem substâncias que se degradam em altas temperaturas e por isso devem ser maceradas. Já as cascas, raízes, caules, sementes e alguns tipos de folhas devem ser preparados em água quente. Frutos, flores e grande parte das folhas devem ser preparadas por meio de infusão, caso em que se joga água fervente sobre o produto, tampando e aguardando um tempo determinado para a ingestão.
As empresas vão precisar notificar à Agência sobre a fabricação, importação e comercialização dessas drogas vegetais no mínimo de cinco em cinco anos. Os produtos também vão passar por testes que garantam a qualidade e identidade.
A resolução faz parte de uma política pública para ampliar o uso dos fitoterápicos.
Atualmente, há oito deles na lista de medicamentos que podem ser comprados por Estados e prefeituras com recursos do Ministério da Saúde.
São eles: guaco (usado para tosse), espinheira-santa (úlcera e gastrite), alcachofra (dores abdominais), aroeira (ginecológico), cáscara-sagrada (prisão de ventre), garra-do-diabo (dores lombares e artrose), isoflavona de soja (climatério) e unha-de-gato (anti-inflamatório e imunoestimulante).