Novos estudos mostram como estados mentais interferem na saúde. E o que é possível fazer para alcançar o bem-estar.
A religiosidade equilibra?
Não necessariamente. Mas, para algumas pessoas, faz toda a diferença.
A relação entre fé e saúde também tem sido muito pesquisada. Uma revisão dos estudos sobre religiosidade e saúde mental foi publicada em setembro na Revista Brasileira de Psiquiatria. De um total de cem artigos, quase 80 apontavam uma relação entre práticas religiosas e indicadores de bem-estar, como satisfação com a vida e felicidade. Os pesquisadores atribuem o resultado à sensação reconfortante de estar sob o cuidado de alguém ou de uma força superior. Isso diminuiria o estado de alerta constante, e, conseqüentemente, o estresse, com repercussões sobre o sistema imunológico.
Segundo uma pesquisa da Universidade de Miami, publicada em dezembro no Journal of General Internal Medicine, uma publicação científica americana, pessoas que aumentaram sua religiosidade depois de ser diagnosticadas como portadoras do vírus HIV tiveram significativa preservação das células de defesa CD4 num período de quatro anos. “A oração reduz o cortisol. É uma forma de autoterapia”, afirma Harold G. Koenig, fundador do Centro de Espiritualidade, Teologia e Saúde da Duke University. “Acho que a religiosidade pode alterar, permanente ou temporariamente, a estrutura do cérebro. Talvez um dia os cientistas consigam provar isso.”
O grupo de Koenig acaba de concluir dois grandes estudos sobre o tema. Os dados completos não podem ser divulgados porque ainda não foram publicados num periódico científico. Mas Koenig dá algumas pistas. Num estudo com mil pacientes internados com problemas no coração e no pulmão, a equipe observou que as pessoas religiosas enfrentaram melhor o estresse e se recuperaram mais rapidamente.
Muitos pesquisadores ainda vêem com desconfiança os estudos que relacionam religiosidade e saúde mental. Isso porque é muito difícil medir a intensidade da crença e isolá-la de outras variáveis que podem influenciar a saúde mental, como a rede de amigos e os cuidados com o corpo estimulados pela própria religião (não beber, comer com moderação etc.).
Existem outros recursos?
Felizmente, é longa a lista de recursos redutores do estresse e promotores do bem-estar. Os spas adotam novas terapias que prometem recarregar as baterias (leia a reportagem na página 100). Nas academias, também aumenta a oferta de modalidades voltadas para o equilíbrio (leia na página 102).
Nos Estados Unidos, o governo financia dezenas de pesquisas sobre bem-estar. A maioria é organizada pelo Centro Nacional de Medicina Complementar e Alternativa (NCCAM), órgão dedicado a investigar os benefícios de práticas de saúde não-convencionais. Os estudos clínicos incluem métodos reconhecidos, como a acupuntura e a meditação, e outros cuja eficácia é controversa, como a aromaterapia e o reiki (técnica asiática de transferir uma suposta energia pelas mãos para restabelecer o equilíbrio do paciente).
Pois, um estudo sobre reiki, quem diria, foi a tese de mestrado do biólogo Ricardo Monezi na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. “Muita gente atribui o resultado da técnica ao efeito placebo. A fé no tratamento, e não o tratamento em si, levaria a uma reação do organismo. Para ver se o efeito era só psicológico, aplicamos reiki em animais”, diz Monezi. Ele realizou o estudo com 60 camundongos e concluiu que o organismo dos animais “tratados” demonstrou o dobro da capacidade de atacar tumores. Monezi vai estudar a técnica em humanos em seu doutorado na Unidade de Medicina Comportamental da Unifesp.
Ele já começou a oferecer reiki num ambulatório da universidade. A dona de casa Mariana Naval Girão, de 59 anos, está feliz com o resultado. Diz que depois das sessões iniciadas há seis meses passou a dormir melhor e se sente menos nervosa. Mas que energia é essa que o tratamento estaria repondo? “Essa energia que sai das mãos é um estímulo de natureza desconhecida pela Física atual”, diz Monezi. “Provavelmente o cérebro tem a percepção dessa energia e a transforma em estímulo químico, que ajuda no combate ao estresse.”
A principal dificuldade nesse tipo de pesquisa é isolar o papel do efeito placebo. Vários estudos demonstram que a proporção de pacientes que respondem positivamente quando acham que algo lhes fará bem varia de 20% a 100%, dependendo do tipo de distúrbio. Pílulas falsas usadas para tratar a dor estimulam a liberação de endorfinas, analgésicos naturais do corpo humano. Quando o paciente recebe o tratamento das mãos de um terapeuta, é possível que o efeito placebo seja ainda mais poderoso. Afinal, a dedicação do terapeuta é por si só uma demonstração de desejo de recuperação. Mas na busca pela paz interior até o efeito placebo pode ser um aliado.
Fonte: Revista Época, mar. 2007
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